segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Privatizar (eufemismo para roubar) a água

Ficámos a saber pelo Bloomberg, pois claro .

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=503391

E é bom que nos habituemos, porque quase tudo passará a ser controlado e decidido por fora, ao lado, em cima, nunca aqui.

A água é o negócio do século. A seguir à energia, aos transportes, às comunicações, à saúde e à educação só falta a água. A privatização do governo, que o Saramago, em azedo sarcasmo, reclamava, já tinha acontecido há muito, mesmo quando ele o escreveu. Consegue é ter a arte de ser plebiscitada. As empresas (as grandes, que as pequenas não interessam) já estão no governo há mais de trinta anos, com a escolha do povo.

Agora, é conveniente que aquela parte do povo que tem andado a pôr as empresas no governo tome bem nota: a energia, os transportes, as comunicações, a educação, são essenciais ao desenvolvimento. Mas não fazem parte das células que compõem o nosso corpo. A água, pelo contrário, é maioritária no nosso corpo, aquele  que serve para vender a força de trabalho que há-de permitir comprar alguma água para o corpo se manter de pé quando ela estiver na posse de privados, multinacionais ou outros.

Como dizia o outro, noutro contexto, É A VIDA, ESTÚPIDO! É a vida, o que te querem tirar desta vez!!!! Claro que, a prazo, se  asfixiarão na ausência de pessoas vivas a quem possam vender a água que privatizaram mas, entretanto, vê o que aconteceu!

Pode-se parafrasear outra: É CRIME, disse ela. E disse muito bem. E desta vez, desiludam-se. Não vai haver hipótese de mais alguém lucrar com o negócio. Vão ser mesmo só os do costume. Não é como jogar no euromilhões ou outra dessas coisas que engordam a santa casa. Não, não vai haver "pode ser que calhe, há horas de sorte". A água é só para alguns e esses hão-de vendê-la cara depois de se apropriarem de todos os aquíferos, de todos os furos, de todos os poços, depois de lhes instalarem contadores e de porem a GNR (entretanto privatizada, qualquer dia) a vigiar os possíveis "roubos". Tudo em nome da sustentabilidade e da preservação do futuro das gerações vindouras, que também devem ter o direito a pagar-lhes a água que hão-de beber.

Depois não digam que eu não disse.

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